Márcia Dailyn: bailarina trans do Theatro Municipal será destaque no Carnaval de 2026

Nascida em 13 de agosto, em Jales (SP), Márcia Dailyn fez história ao se tornar a primeira bailarina transexual do Theatro Municipal de São Paulo, uma das instituições mais tradicionais do país. Filha de um eletricista muçulmano e de uma professora de dança, ela cresceu cercada pela arte e cedo descobriu sua paixão pelo balé.

Determinada, deixou o interior para buscar seu sonho na capital, enfrentando preconceito, fome e rejeição familiar. “Sou artista e vou morrer artista. Passei por muita dor, mas me engrandece olhar para trás e ver o quanto cresci”, diz Márcia.

Hoje, ela é símbolo de resistência e orgulho para a comunidade trans, que ainda enfrenta altos índices de exclusão e violência no Brasil. “Acordar cedo, pegar um ônibus e vir trabalhar é um ato político”, afirma.

Formada e com registro profissional de atriz e bailarina, Márcia integra a pequena parcela de mulheres trans que conquistaram direitos básicos de trabalho formal — uma vitória em um país onde 90% das pessoas trans ainda vivem da prostituição, segundo a ANTRA.

Além de Musa do Acadêmico do Baixo Augusta, em 2026, sua trajetória ganhará ainda mais brilho: Márcia Dailyn será destaque da Escola de Samba Terceiro Milênio no Carnaval de São Paulo, levando para a avenida uma história marcada por superação, arte, amor e dignidade.