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A arte de Eric Max como força de representatividade amazônica e LGBTQIAPN+ no Brasil
Ator, cantor, diretor e escritor, artista de Novo Airão, Eric Max transforma identidade em expressão, e expressão em pertencimento
Aos poucos, o Brasil tem aprendido a enxergar a diversidade que sempre existiu em seu território. Mas entre a existência e o reconhecimento, ainda há um longo caminho — e é nele que se destaca o trabalho de Eric Max. Artista indígena, amazônida e LGBTQIAPN+, ele vem se consolidando como uma das vozes mais autênticas e potentes dessa geração que rompe padrões e ocupa espaços com o próprio corpo, a própria história e a própria voz.
Nascido em Novo Airão, no coração do Amazonas, Eric cresceu em uma comunidade ribeirinha, cercado por floresta, oralidade e espiritualidade. Essa vivência, longe dos grandes centros urbanos, está presente em tudo o que faz — do teatro à televisão, da música ao cinema. Em vez de silenciar ou adaptar sua origem, ele a transformou em linguagem artística. E foi assim que passou a representar, de forma concreta, o que muitos ainda tratam apenas como pauta.
Ao fundar o Grupo Florestal de Teatro Indígena Pluriétnico, Eric assumiu a missão de criar com base em mitos, saberes e práticas tradicionais, sem abrir mão da experimentação. Inspirado pelo teatro Mito Ritualístico de José Ribamar Mitoso, o grupo mistura performance, rito e ancestralidade, trazendo à cena corpos e vozes frequentemente apagados da dramaturgia brasileira.
Na televisão, ele tem usado sua presença não apenas para atuar, mas para tensionar a lógica dos estereótipos. Participou de novelas como Amor de Mãe e Renascer, e recentemente emocionou o país ao interpretar Cauby Peixoto no especial de 60 anos da Globo. Sua presença ali não foi apenas artística — foi simbólica. Um artista amazônida, indígena e queer ocupando o centro do palco em uma das maiores emissoras do país, cantando uma canção que faz parte da memória afetiva nacional.

Essa combinação de ancestralidade e contemporaneidade também se reflete em outros projetos. No curta “Quem é que vai nos proteger agora?!”, filmado na comunidade onde cresceu, Eric assina roteiro e direção para falar, com delicadeza e urgência, sobre as ausências que atravessam territórios esquecidos pelo Estado. Já no livro Madadá – A misteriosa comunidade ribeirinha de Anavilhanas, que será lançado no Brasil e na França, ele mistura ficção, realidade e imaginário amazônico para construir um universo afetivo e poético.
Na música, a proposta segue a mesma coerência. O “pop indie amazônico” que vem desenvolvendo como cantor é uma tentativa de cantar o Norte sem folclorizar. A sonoridade mistura ritmos da floresta com produção contemporânea, criando um espaço sensível onde a política está nas entrelinhas e a força vem do afeto. É uma estética que nasce do território, mas fala com o mundo.

Eric não trabalha com representatividade como bandeira. Para ele, é sobre existência. Sobre poder criar a partir de um lugar que, por tanto tempo, foi ignorado — e mostrar que é possível sim fazer arte relevante, sofisticada e verdadeira vindo do interior do Amazonas. Sua trajetória não busca apenas visibilidade. Ela afirma: nós já estamos aqui. Só falta quem queira ver.
Acompanhe os próximos passos do artista pelo Instagram oficial e conheça mais sobre seus projetos no site da Borboleta Azul Filmes.
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